Escrito por: Alan Martins / 04 de maio de 2021
Sempre motivo de muita discussão, entra ano, sai ano, esse assunto vem à tona. Porém, quando se fala em adequação ao calendário, os olhos da crítica esportiva se referem a divisão de elite, onde estão os principais clubes do país. Os clubes brasileiros são os que mais disputam partidas no mundo! Porém as equipes de menor expressão não tem o mesmo calendário de competições que um time da primeira divisão. De acordo com levantamento feito pela Pluri Consultoria, há dois anos atrás: As equipes menores atuaram, na média, em apenas 35% do calendário útil do futebol, ou seja, cerca de 3 meses do ano
Se tratando da viabilidade ou não, alguns pontos precisam ser destacados aqui, vamos a eles:
Clima: Durante o verão, as temperaturas são muito elevadas, e jogar uma partida de futebol em determinados horários do dia pode ser muito desgastante para os jogadores devido ao calor escaldante.
Cultura: O Brasil tem tradicionalmente algumas datas em que as pessoas já estão acostumadas a se reunirem para festejar, confraternizar, como natal e carnaval, por exemplo. Nessa época o futebol fica um pouco de lado, e da espaço para essas comemorações em família. O povo já está acostumado culturalmente com a temporada de futebol começando e terminando no mesmo ano por aqui.
Política: O futebol é envolto de interesses financeiros e políticos. Podemos citar as emissoras de tv e a confederação de futebol. Além de ser viável para os clubes, a readequação também precisaria ser boa para esses dois exemplos citados. Em contrapartida, iniciando a temporada junto com os europeus, as equipes daqui não seriam tão desfalcadas no meio da temporada brasileira. O Brasil é o país que mais exporta jogadores para a Europa, e ao abrir a janela de transferência europeia, os times daqui não perderiam seus principais jogadores no meio do ano, como acontece atualmente e que prejudica o desempenho dos times em plena disputa de campeonato.
Na América do Sul o único país que adotou o calendário europeu foi o futebol argentino. Creio que não seja o melhor caminho ao nosso país “copiar” o calendário europeu. O que as federações precisam desenvolver é um calendário mais justo com a realidade dos campeonatos realizados em território brasileiro. Procurar reduzir o número das partidas de equipes da elite e aumentar dos times de menor expressão, que compõe a expressiva maioria do futebol brasileiro, pois estes acabam sendo prejudicados por não terem campeonatos para disputar durante a maior parte do ano.